Metade das espécies de primatas do mundo corre risco de extinção

Vinte e cinco espécies de primatas vão desaparecer se não forem tomadas rapidamente medidas eficazes para protegê-las, segundo um relatório divulgado na última quinta-feira pela União Mundial para a Conservação da Natureza (IUCN) e por outras organizações de defesa da biodiversidade.

No total, cerca de metade (48%) das 634 espécies de primatas que vivem na Terra já estão na lista vermelha das espécies ameaçadas da IUCN. Um aumento muito rápido, já que em 2007 apenas 25% estavam em perigo, segundo um informe anterior da ONG. Entre as espécies mais ameaçadas de desaparecimento, cinco estão em Madagascar, seis na África, onze na Ásia e três na América do Sul e Central, segundo o informe divulgado por 85 especialistas do mundo inteiro.

O mais ameaçado de todos é o langur de Cat Ba (Trachypithecus poliocephalus poliocephalus), do nordeste do Vietnã, do qual há apenas entre 60 e 70 espécimes. Na mesma região, a população de gibões de crista negra (Nomascus nasutus) está limitada a cerca de 110 indivíduos. Em Madagascar, restam menos de 100 de lêmures pertencentes à espécie Lepilemur septentrionalis, também citada no informe. Nenhum dos macacos naturais do Brasil está incluído nesta lista.

Langur de Cat Ba (Trachypithecus poliocephalus poliocephalus)


Gibão de crista negra (Nomascus nasutus)


Lêmure da espécie Lepilemur septentrionalis


As espécies mais ameaçadas não são aquelas cuja população é a mais reduzida, e sim aquelas cujos habitats estão sendo destruídos e que continuam sendo caçadas pelo homem, lembram os especialistas.
No reino animal, os primatas pertencem aos grupos de vertebrados em maior perigo.
ressaltou o presidente do grupo de especialistas sobre primatas da IUCN, Russell Mittermeier, em um comunicado divulgado pela IUCN e por várias ONGs de defesa da biodiversidade em ocasião da apresentação do relatório no zoológico de Bristol, na Grã-Bretanha.
O objetivo da lista das 25 espécies de primatas mais ameaçadas é chamar a atenção do público, incitar os governos a fazer mais, e, em particular, encontrar meios de aplicar medidas de proteção urgentes.
explicou Mittermeier.

Apesar do alerta, o relatório ressalta o sucesso obtido em iniciativas para ajudar espécies a se recuperarem. No Brasil, o mico-leão-preto (Leontopithecus chrysopygus) e o mico-leão-dourado (Leontopithecus rosalia), saíram da lista de estado crítico de ameaça da Lista Vermelha do IUCN em 2003 como resultado de três décadas de esforços de conservação envolvendo várias instituições, inclusive zoológicos.

Mico-leão-preto (Leontopithecus chrysopygus)

Mico-leão-dourado (Leontopithecus rosalia)
 
 
Fonte: Bio na Web

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